tag:blogger.com,1999:blog-67590968823178162902024-02-19T00:22:36.312-08:00Pelo FonógrafoPedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.comBlogger93125tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-31140885729572469612020-11-23T18:04:00.000-08:002020-11-23T18:04:40.049-08:00Concerto de João Gilberto no Cine-Theatro Central<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>No dia 14 de novembro de 1996, eu, que tinha me mudado para Juiz de Fora há seis anos, tive a honra de com quinze anos de idade assistir a dois grandes eventos em um, que me ajudariam para sempre no meu percurso entre a música e a literatura. Nessa data, finalmente seria reinaugurado o maravilhoso Cine-Theatro Central, que já conhecia antes da restauração em plena decadência. Não bastando, a atração da grande noite seria ninguém mais ninguém menos do que João Gilberto, acompanhado apenas por seu violão. Nessa altura da vida, o violão já era o mais fiel escudeiro nos meus sonhos quixotescos e João, para mim, representava a mais alta patente da música popular brasileira. A mais justa adequação entre voz e violão, no melhor repertório, na melhor interpretação. </div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> <span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span></span>Inacreditável, ele estaria lá, e o nosso teatro, devidamente restaurado, também estaria lá pronto para recebê-lo. Mais um dado me vem à memória e, dada a impossibilidade de se acompanhar até mesmo os espetáculos mais mesquinhos que se passam atualmente no nosso teatro por conta do valor dos ingressos, não resisto de vontade de contar: 10 reais, preço único. <br>
<br>
Os camarotes ficariam para a realeza, composta basicamente por tucanos que dominavam o cenário político atual, no âmbito municipal, com Custódio Mattos, e federal, com Itamar Franco e o tucano Fernando Henrique Cardoso que ocupara o ministério da fazenda em 1994, quando obteve enorme sucesso com o lançamento do Plano Real que estabilizou a economia brasileira afastando qualquer risco de super-inflação a qual já nos acostumávamos. Claro, nem só tucanos, basicamente a alta burguesia da cidade - que mais do que definida, mantém-se pragmática - o que se prova facilmente com as conquistas posteriores da oposição - ocupava os camarotes do teatro. </div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> <span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span></span>Muito bem, dia 14 às 20 horas estaríamos todos lá para presenciar um show de João Gilberto na província, que como já dissemos, se metia a besta, com um cidadão ocupando o mais alto cargo do executivo. Muitos pensaram que João Gilberto se atrasaria, tocaria pouco tempo, enfim, que faria um concerto bem burocrático. Parece-me que o plano da burguesia, dado o horário do show, era o de deixar para jantar depois do show. Ouviriam umas bossas novas e depois jantariam, provavelmente no extinto Faisão Dourado.<br>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Entra João Gilberto, já velhinho, com seu terno e seu violão eterno. E eu não pude deixar de me emocionar. Sonhara por anos pela restauração do teatro, e nesses sonhos contentava-me com concertos bem mais modestos. Porém, acontecia naquele momento, aquilo que ninguém esperava, o arredio João Gilberto que não tocava a bastante tempo no Brasil veio para fazer um show na reinauguração de um teatro de Juiz de Fora. Dezenas e dezenas de canções que João, na maestria que lhe é peculiar reinventava <i>pari passo</i> . Tudo virava bossa nova em suas mãos, sempre nova, cada vez mais nova, tão novas que fugiam eternamente dos corinhos da plateia que nas canções mais famosas, teimavam em tentar se ajustar a voz de João e a desrespeitar o silêncio necessário para ouvi-lo , condição <i>sine qua non</i> para que ele possa tocar e cantar.</div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">Quando as luzes se apagaram e a campainha soou por três vezes, enquanto ainda me assustava com a luz da máscara de olhos vermelhos, o silêncio existiu. Quando o show iria começar eu tive receio até de respirar, tamanha era a ausência de qualquer ruído. Depois veio João e a sua música em perene harmonia com o silêncio ao qual João lhe apresentava uma alternativa literomusical brasileira acachapante. Afora os incomodos, é sempre difícil relatar um sonho. Pra relatar o sublime, só a poesia. <br>
</div>
<div style="text-align: justify;">
João tocou tudo. Do seu repertório, poucas as canções que não foram recriadas. Algumas pareciam-me inéditas em shows como <i>No Rancho Fundo</i> de Lamartine Babo e Ary Barroso, que conhecia apenas pela interpretação de Chitãozinho e Xororó: manhosa e tão esquisita para os meus ouvidos . João ensinou a todos a música que havia por detrás da interpretação neo-sertaneja e foi de matar de tão bonita. Eu e outros músicos, aturdidos, tentávamos acompanhar as harmonias super requintadas, mas era quase impossível. Meus colegas de Scala arriscavam que João a cada volta que a música dava, inventava uma nova harmonia para a canção, daí a impossibilidade de se acompanhar a sequência de acordes. Mas a verdade óbvia estava no fato de entender que o que se trabalha em anos, jamais será apreendido num momento. Entendido isso, só me restava ouvir, aquilo tudo que eu tanto precisava escutar. Quase levitava.</div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">Quando a música era mais famosa, a minha vizinha de banco, conseguia me trazer pra terra e me puxava pro inferno com sua voz aguda. Mas conseguia aproveitar bem o momento e levitei por diversas vezes. O show se extendia de um jeito que nem o mais otimista dos ouvintes poderia imaginar. </div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">Contudo, as máscaras que serviam bem até a primeira hora de show, começaram a cair. Muitos estavam ali pelo evento, muito mais do que para ouvir João Gilberto, e uma hora de silêncio, aliada a uma hora da música silenciosa foi fatal para aqueles que prefeririam uma audição desatenta e festiva a um concerto de pura concentração e envolvimento do músico e do público. Como não podia deixar de ser: primeiro os camarotes esvaziaram. No salão principal, pessoas pareciam esconder seus rostos e saiam à francesa, para mim um alívio - a cantora ao meu lado saíu com eles. Minha única preocupação era com o João, será que ele se importaria com o abandono dessas pessoas? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br>
Que nada, aí é que parece que ele gostou ainda mais, tocou mais uma hora e meia, fez o bis mais longo que eu já ví em toda a minha vida, sempre em altíssimo nível. A música em harmonia equiparava-se ao silêncio. Estava bom estar ali. O tempo todo do mundo para o encontro de Juiz de Fora com João Gilberto que provavelmente seria único. E eu estava alí. E não era indiferente para João tocar na nossa cidade. Muito simpático e generoso ele parecia gostar muito de estar aqui tocando para a gente. <span style="font-size: 12pt; -webkit-text-size-adjust: 100%; display: inline !important;">Ainda nos presenteou com uma interpretação inédita e que só ouvi nessa ocasião (apesar de procurar por toda a internet) da canção de um Juiz Forano que apesar de ter escrito o hino mais popular de Minas Gerais: "Oh! Minas gerais...quem te conhece não esquece jamais...Oh Minas Gerais", passava dificuldades no Bairro Santo Antônio. João estava sensacional. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; -webkit-text-size-adjust: 100%; display: inline !important;"><br></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; -webkit-text-size-adjust: 100%; display: inline !important;">Por fim, tocou uma última que resumia o seu estado de graça: "só vou me embora quando o dia clarear, eu sou do samba pois o samba me criou...". </span></div>
Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-3639398785202741392020-07-26T19:25:00.000-07:002020-07-26T19:25:37.965-07:00Durú e Chadas - Tempo de Sonhar<div style="text-align: justify;">As notícias foram chegando até a mim: havia um casal de turcos muito simpáticos tocando jazz e choro no Calçadão. Meus parceiros d'<i>O Banco </i>estavam todos encantados, de semana em semana mais um deles os conheciam. Um dia chegou a minha vez.</div><div style="text-align: justify;"><br>
</div><div style="text-align: justify;">Depois de uma noite em claro, em que tudo parecia assustadoramente estranho, voltava para casa depois de uma farra sem sentido algum e bateu aquela angústia que me fez evitar a cama. Resolvi, voltar pra rua, e pelo telefone chamei um amigo que estava comigo na mesma noite e também não devia estar dormindo. Bingo! Estava ele acordado e perdido no centro da cidade. Marcamos de nos encontrar. </div><div style="text-align: justify;"><br>
</div><div style="text-align: justify;">Andamos pelas ruas da cidade que amanhecia cheia de fôlego. Enquanto isso, as cores do nosso crepúsculo nos iluminavam. Sábado, o centro da cidade de Juiz de Fora em festa, e nós flanando: <i>no direction home</i><i>. </i></div><div style="text-align: justify;"><i><br>
</i></div><div style="text-align: justify;">Primeiro, o choro da clarineta, depois, as cordas do violão, e nós, que caminhávamos sem direção, fomos guiados por aquele som maravilhoso. Sentados na porta de um banco fechado, os nossos futuros amigos Chadas e Durú tocavam no calçadão músicas turcas, choros e standards do jazz com um amor tão grande que nos maravilhou de imediato. Sentamo-nos vizinhos a eles, e nos deixamos levar por seus caminhos musicais. Dissipava-se aquilo tudo que me atordoava. A música me consolava e indicava novos caminhos. O amável casal, com seu discurso melódico, questionava o meu ser inteiro, enquanto que eu, covicto, resolvia me entregar por inteiro a eles.</div><div style="text-align: justify;"><br>
</div><div style="text-align: justify;">Enquanto tocavam, vendiam o CD <i>Hora de Sonhar</i> que conseguiram gravar no Rio. O título do disco, aliado à música que faziam, alargavam meus horizontes e transformavam o crepúsculo em alvorada. Era tempo de sonhar, ainda mais nesse momento, que tínhamos mais dois novos amigos, diferentes de todos os outros. Jovens músicos andarilhos muito especiais.</div><div style="text-align: justify;"><br>
</div><div style="text-align: justify;">Quisera o destino trazer da turquia esses dois jovens para a América Latina, fazendo-os conhecer a Bolívia e a Argentina, sempre tocando pelas ruas. Quisera o destino lhes apresentar o choro e a música brasileira, num caminho que os levaria a Egberto Gismonti e a Hermeto Paschoal, e que tornaria o Brasil um destino certo. </div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">Vieram para São Paulo, pequeninos na cidade imensa, partiram para o Rio. Ainda pequeninos, buscaram outras esquinas em cidades mais acolhedoras. No Rio, contudo, conseguiram, gravar um CD, levados ao estúdio, numa coincidência incrível, pelo pai do flautista da nossa banda, que lhes aconselhou Ibitipoca.</div><div style="text-align: justify;"><br>
</div><div style="text-align: justify;">Foram eles para Minas Gerais, onde fincaram suas raízes. Lima Duarte, Ibitipoca, não mais pequeninos, encantavam os mineiros e faziam novas amizades. Vieram para Juiz de Fora e estavam no calçadão, naquele dia de sábado, quando suas músicas vieram me acalmar.</div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: left;"><img src="https://drive.google.com/uc?export=view&id=1_VLhLEDgNCSFHOz4jp6blWOKZ_eoP4U6" alt="https://drive.google.com/uc?export=view&id=1_VLhLEDgNCSFHOz4jp6blWOKZ_eoP4U6" style="max-height: 80%; max-width: 80%; height: auto; width: auto;"><br></div>Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-207898936916411862020-04-17T16:24:00.000-07:002020-04-17T16:24:35.814-07:0040 anos de Acabou Chorare no Cultural Bar<div style="text-align: justify;">
Juiz de Fora foi brindada com um grande show! Comemorando os 40 anos do antológico disco de 1972 <em>Acabou Chorare</em>, Moraes Moreira, Davi Moraes e banda subiram ao palco do<em> Cultural Bar</em> e mostraram aos juiz-foranos o que é um showzaço. </div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">Há tempos não se via em Juiz de Fora algo parecido. Infelizmente, ainda tem artista que quando vem a Juiz de Fora pega leve e traz a cidade um aperitivo, não o show que dão em São Paulo ou no Rio. Recentemente, a revelação Tulipa Ruiz ficou devendo. Lembro-me também de ter visto o Mundo Livre fazer aqui um show bem inferior ao que eu assistira no Rio duas semanas antes. </div>
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Ontem não foi assim. Juiz de Fora teve tudo que tem direito. A princesinha de Minas que sofre com a mesmice das bandas locais e o predomínio das bandas couvers, pode enfim dançar e cantar extasiada com um show verdadeiramente histórico. Não é pra menos...</div>
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Em noite inspirada Davi Moraes mostrou ser o grande herdeiro da musicalidade dos Novos Baianos. Tocando como um Deus, Davi, sob o olhares do pai coruja, virou mito no Cultural. Quem além de Davi tem moral pra subir num palco brasileiro com uma camisa da seleção argentina e ir conquistando um por um todos os presentes? Bastou seu sorriso largo e uma guitarra envenenada. Moraes, como toda a banda, também estava ótimo. Sorridente, cantou, recitou e embalou uma plateia eufórica.</div>
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Lá pelas tantas, depois da instrumental <em>Um bilhete pra Didi</em>, em que Davi, mais uma vez, arrasou, Moraes voltou ao palco e não se conteve: - "queria ter um filho assim!. Um iluminado da plateia gritou logo em seguida: "eu é que queria ter um pai assim". Davi, por sua vez, sorriu, olhou pro pai e disse: " foda mesmo é ter um pai assim". Momento mais lindo de um show inteiramente excelente.</div>
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Depois de tocarem integralmente todas as canções de Acabou Chorare, ainda fomos brindados com uma versão instrumental do clássico <em>Maracatu Atômico</em> de Mautner e Jacobina que voltou a baila com Chico Science e a Nação Zumbi . O percussionista Repolho empunhando uma alfaia e o grande baterista Cesinha fizeram o chão tremer. Davi, sempre ele, desceu do palco e no meio do público enlouquecido solou a melodia dessa grande canção. </div>
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Depois, com o público enfeitiçado, ainda vieram os frevos pós-novos baianos de Moraes Moreira que carnavalizaram e fizeram dançar até mesmo os mais rockeiros.</div>
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E assim foi feito. Pode sorrir Juiz de Fora: acabou chorare! </div>
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<br>Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-32031174849541411222020-04-16T15:17:00.002-07:002020-06-22T08:38:22.868-07:00A RELAÇÃO ENTRE HOMEM E TEMPO, NA MÚSICA, À LUZ DA FILOSOFIA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div id="articleTitle" style="background-color: white; color: #111111; font-size: 11.2px;">
<h3 style="font-size: 1.8em; font-weight: normal; margin: 0em 1em 0.25em 0em; padding-top: 0.75em; text-transform: uppercase;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
A RELAÇÃO ENTRE HOMEM E TEMPO, NA MÚSICA, À LUZ DA FILOSOFIA</span></h3>
</div>
<div id="authorString" style="background-color: white; color: #111111; font-size: 11.2px;">
<em><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pedro Bustamante Teixeira, Ana Laura Furtado Pacheco</span></em></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br style="background-color: white; color: #111111; font-size: 11.2px;" /></span>
<div id="articleAbstract" style="background-color: white; color: #111111;">
<h4 style="font-size: 1.5em; font-weight: normal; margin: 0.75em 1em 0.25em 0em; text-transform: uppercase;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
RESUMO</span></h4>
<div style="font-family: "times new roman", times, georgia, serif; font-size: 11.2px;">
<br /></div>
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<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O presente artigo investiga a relação do homem com o tempo, na música, mediante as leituras das canções “Resposta ao tempo” (Aldir Blanc e Cristóvão Bastos), “Oração ao Tempo” (Caetano Veloso) e “Sobre o Tempo” (John Ulhoa). Esta pesquisa acerca do vínculo entre homem e tempo, realizada conforme princípios filosóficos, explora as instâncias: aporia, dom e elipse. Tal abordagem foi desenvolvida através do método hipotético-dedutivo, uma vez que houve a colocação de um problema, a formulação de uma hipótese como resposta ao mesmo, e a elaboração de uma conclusão. O objetivo deste trabalho é averiguar quais são os sentimentos que o ser humano nutre pelo tempo e qual o papel que este desempenha em sua vida. O embasamento teórico para o desenvolvimento foi constituído de acordo com conceitos apresentados nas obras dos filósofos Jacques Derrida e Jean François Lyotard, além da aproximação entre literatura e filosofia (NANCY, 2013), presente no seminário Pensamento Intruso, realizado por Jean Luc Nancy. Após o estudo das três canções que compõem o corpus analítico, conclui-se que a conexão entre homem e tempo é passível de ser realizada de diferentes formas, de acordo com a fase da vida experienciada pelo sujeito lírico de cada canção.</span></div>
</div>
</div>
</div>
<div id="articleFullText" style="background-color: white; color: #111111; font-family: "Times New Roman", Times, Georgia, serif; font-size: 11.2px;">
<h4 style="font-size: 1.5em; font-weight: normal; margin: 0.75em 1em 0.25em 0em; text-transform: uppercase;">
TEXTO COMPLETO:</h4>
</div>
<br />
<a href="https://periodicos.unemat.br/index.php/alere/article/view/4473/3529" target="_blank">https://periodicos.unemat.br/index.php/alere/article/view/4473/3529</a></div>
Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-2255671348218654882020-01-16T14:52:00.000-08:002020-06-22T08:42:34.552-07:00Caetano Veloso & Ivan Sacerdote - efêmera flor<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Escuto agora o novo disco de Caetano. Neste, voltamos a crueza do violão e da voz de Caetano, tão cristalinos em dois grandes álbuns lançados neste formato nos anos 80: Totalmente Demais e Caetano Veloso (1986) e que agora, efêmera flor, se faz mais rouca, mais fosca, de outra beleza. Com a sutileza e o talento de Ivan Sacerdote, fica tudo muito bonito.<br />
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Fiquei ouvindo, olhando a capa, e era como se a foto ganhasse movimento. Que capa linda. Parece uma daquelas capas americanas de grandes discos de jazz. Faz lembrar também, é claro, do disco de João Gilberto com Stan Getz. Mas dessa vez não há espaço para o triunfo do instrumento sobre o músico, que por sua vez também significava o triunfo do Jazz sobre a Bossa Nova, o triunfo da improvisação sobre o esmero melódico. O triunfo forçado pelo apelo da improvisação e pela sobreposição do volume do sax de Getz à voz diminuta de João.</div>
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Neste disco o papo é outro. Não é briga, é conversa. Não se briga para ver quem é o sujeito da ação. A voz, como de praxe na canção, é quem faz a guia. O violão é quem dá o ritmo e a harmonia. O clarinete de Ivan, brilhante e respeitoso, majestoso, adorna sem afetar o núcleo duro da soberana canção.</div>
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É uma boa notícia do ano de 2020. Mais um pontinho de luz a piscar nestas trevas. Como o que vem de Petra. Boto fé que esses pequenos e vagos lumes ainda vão iluminar as mentes enclausuradas nas cidades.</div>
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Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-52344190981870869692019-09-01T20:02:00.000-07:002019-12-23T17:30:58.759-08:00100 CONSERTO CLARICE (parte 1)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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No Brasil, desde Lispector, Clarice é também adjetivo. Clarice Falcão, duplo adjetivo: um nome. Uma assinatura. Roberto Correa dos Santos já nos ensinou a diferença entre o artista e o especialista. Clarice Falcão não é uma especialista. Artista, tem uma assinatura. Sua vida é já representação de seu mundo. Como canta em seu primeiro disco: </div>
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Se não fossem os ais</span></div>
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E não fosse a dor</span></span></div>
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E essa mania de lembrar de tudo feito um gravador</span></span></div>
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Se não fosse Deus bancando o escritor</span></span></div>
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Se não fosse o Mickey e as terças-feiras</span></span></div>
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E os ursos panda e o andar de cima</span></span></div>
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Da primeira casa em que eu morei</span></span></div>
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E dava para chegar no morro só pela varanda</span></span></div>
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<span style="font-size: medium;"><span style="font-size: small; text-align: justify;">
Se não fosse a fome e essas crianças</span></span></div>
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E esse cachorro e o Sancho Pança</span></span></div>
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<span style="font-size: medium;"><span style="font-size: small; text-align: justify;">
Se não fosse o Koni e o Capitão Gancho</span></span></div>
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Eu não seria eu</span></div>
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Um mundo em constante transformação. Da mais tenra idade à maturação. Em rotação, em translação, sobrevoando a gravidade de uma mania em uma coisa só: monomania. Monomania é o nome de seu primeiro disco. Desde então, Clarice que já era reconhecida pelas suas participações no canal do Youtube Porta dos Fundos tornou-se um dos nomes mais interessantes da Nova MPB. Com um estilo singular de lidar com a palavra, a mais bem acabada expressão "millenial" na canção, Clarice enfileira hits, sem se repetir. </div>
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<br /></div>
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A fórmula vencedora de Monogamia não mais serviria para o segundo disco, muito menos para o terceiro que encerra uma trilogia. Da monogania à promessa da cura: tem conserto. Teria conserto a monogania? Irá Clarice transcender à monogamia. Ainda não, mas está a caminho. E no mais, o que importa é que essa artista se deu ao mundo com o que veio, a monogamia, e continua se dando, ainda que, agora, contra-corrente. </div>
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Em tempos igualmente duros, Vinicius já vaticinara: “porque a vida só se dá pra quem se deu” e Clarice em seu terceiro disco não poderia ser mais explícita: “hoje eu vou dar”. E se dá, e quando o artista se dá, o que se tem diante é um objeto-sim, não importa o que venha a tratar. É terapêutico, é pedagógico, é transformador. </div>
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Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-10778814171710329512018-08-01T15:14:00.002-07:002018-08-01T15:18:50.806-07:00Samba al sugo? A presença da canção italiana na canção popular brasileira<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<div style="border-left: solid silver 1.0pt; border: none; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 0cm 1.0pt;">
<h2 style="border: none; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 0cm 1.0pt; padding: 0cm;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="PT-BR" style="font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">PROPP - Pesquisa<o:p></o:p></span></i></h2>
<h2 style="border: none; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 0cm 1.0pt; padding: 0cm;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="PT-BR" style="font-size: 18.0pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><o:p> </o:p></span></i></h2>
</div>
<br />
<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" class="MsoNormalTable" style="border-collapse: collapse; margin-left: -.25pt; mso-padding-alt: 0cm 3.5pt 0cm 3.5pt; mso-table-layout-alt: fixed; width: 686px;">
<tbody>
<tr>
<td style="background: #E5E5E5; border-right: none; border: solid silver 1.0pt; mso-border-bottom-alt: solid silver .5pt; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-border-top-alt: solid silver .5pt; padding: 0cm 3.5pt 0cm 3.5pt; width: 156.5pt;" valign="top" width="209"><div style="border-left: solid silver 1.0pt; border: none; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 0cm 1.0pt;">
<div align="right" class="MsoNormal" style="border: none; layout-grid-mode: char; margin-top: 6.0pt; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 0cm 1.0pt; padding: 0cm; text-align: right;">
<b><span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">Título do Projeto<o:p></o:p></span></b></div>
</div>
</td>
<td style="border: solid silver 1.0pt; mso-border-alt: solid silver .5pt; padding: 0cm 3.5pt 0cm 3.5pt; width: 357.8pt;" valign="top" width="477"><div style="border-left: solid silver 1.0pt; border: none; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 0cm 1.0pt;">
<div class="MsoNormal" style="border: none; layout-grid-mode: char; margin-top: 6.0pt; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 0cm 1.0pt; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">Samba <i>al sugo</i>? A presença da canção italiana na canção popular
brasileira<o:p></o:p></span></div>
</div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" class="MsoNormalTable" style="border-collapse: collapse; margin-left: -.25pt; mso-padding-alt: 0cm 3.5pt 0cm 3.5pt; mso-table-layout-alt: fixed; width: 686px;">
<tbody>
<tr>
<td style="background: #E5E5E5; border-bottom: solid silver 1.0pt; border-left: solid silver 1.0pt; border-right: none; border-top: none; mso-border-bottom-alt: solid silver .5pt; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; padding: 0cm 3.5pt 0cm 3.5pt; width: 156.5pt;" valign="top" width="209"><div style="border-left: solid silver 1.0pt; border: none; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 0cm 1.0pt;">
<div align="right" class="MsoNormal" style="border: none; layout-grid-mode: char; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 0cm 1.0pt; padding: 0cm; text-align: right;">
<b><span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">Coordenador
do Projeto:<o:p></o:p></span></b></div>
</div>
</td>
<td style="border-top: none; border: solid silver 1.0pt; mso-border-bottom-alt: solid silver .5pt; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-border-right-alt: solid silver .5pt; padding: 0cm 3.5pt 0cm 3.5pt; width: 357.8pt;" valign="top" width="477"><div style="border-left: solid silver 1.0pt; border: none; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 0cm 1.0pt;">
<div class="MsoNormal" style="border: none; layout-grid-mode: char; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 0cm 1.0pt; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">Prof. Dr. Pedro Bustamante Teixeira<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 0cm 1.0pt; padding: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
</td>
</tr>
<tr style="height: 34.0pt; mso-yfti-irow: 1; mso-yfti-lastrow: yes;">
<td style="background: #E5E5E5; border-bottom: solid silver 1.0pt; border-left: solid silver 1.0pt; border-right: none; border-top: none; height: 34.0pt; mso-border-bottom-alt: solid silver .5pt; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; padding: 0cm 3.5pt 0cm 3.5pt; width: 156.5pt;" valign="top" width="209"><div style="border-left: solid silver 1.0pt; border: none; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 0cm 1.0pt;">
<div align="right" class="MsoNormal" style="border: none; layout-grid-mode: char; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 0cm 1.0pt; padding: 0cm; text-align: right;">
<b><span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">Equipe:<o:p></o:p></span></b></div>
</div>
</td>
<td style="border-top: none; border: solid silver 1.0pt; height: 34.0pt; mso-border-bottom-alt: solid silver .5pt; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-border-right-alt: solid silver .5pt; padding: 0cm 3.5pt 0cm 3.5pt; width: 357.8pt;" valign="top" width="477"><div style="border-left: solid silver 1.0pt; border: none; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 0cm 1.0pt;">
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 0cm 1.0pt; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">Prof.
Dr. Alexandre Graça faria<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 0cm 1.0pt; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">Profa.
Dra. Márcia Almeida<o:p></o:p></span></div>
</div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
<div style="border-left: solid silver 1.0pt; border: none; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 0cm 1.0pt;">
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 0cm 1.0pt; padding: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<br />
<div style="border-bottom: solid silver 1.0pt; border-left: solid silver 1.0pt; border-right: none; border-top: none; mso-border-bottom-alt: solid silver .5pt; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 4.0pt;">
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: solid silver .5pt; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 4.0pt; padding: 0cm; tab-stops: 18.0pt 54.0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT-BR" style="color: windowtext;">1. Justificativa/Caracterização
do Problema<o:p></o:p></span></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">O presente projeto vincula-se
a uma pesquisa ampla sobre o estudo da canção no Brasil, desenvolvida pelo
proponente desde a especialização, com o estudo de uma nova perspectiva para a
leitura da canção; passando pelo mestrado, onde se apresentou, com exemplos de
leituras de canções emblemáticas, um caminho que vai do samba à bossa nova (
TEIXEIRA, 2015); até o doutorado, com o estudo da obra de Caetano Veloso entre
os anos de 2006 e 2013 ( TEIXEIRA, 2017), e pretende agora investigar a
contribuição da canção italiana, a partir da perspectiva da presença (
GUMBRECHT, 2010) na canção popular brasileira. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">Ainda hoje o Italiano
permanece como língua franca da música dita clássica. A grande maioria dos
libretos operísticos foram escritos em italiano. As óperas de Mozart, de Carlos
Gomes, de Wagner, eram cantadas em italiano. Com a chegada de meios de
reprodução mecânica da música, no limiar do século XX, outros estilos ganham em
popularidade trazendo consigo as canções que fariam do século XX o “Século da
Canção” (TATIT, 2008). No Brasil, a gravação de “Pelo Telefone” para o carnaval
de 1917 marca a passagem do samba folclórico para o samba moderno. De
perseguido pelo Estado a símbolo do mesmo, o Samba torna-se o lugar do encontro
de diversas identidades. Dentre elas, não é complicado constatar o elemento
italiano, sobretudo no cancioneiro de Adoniran Barbosa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">Mais adiante, no limiar
dos anos sessenta, o italiano se faz presente em duas frentes: de um lado há
uma tradição romântica da canção italiana que servirá de influência, por
exemplo, a um lado expressivo da dicção de Jerry Adriani e de Roberto Carlos,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 105.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 105.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">Roberto Carlos realizou um oportuno
sincretismo do iê-iê-iê romântico, magistralmente registrado nas melodias de
Paul McCartney, com as baladas italianas que inundavam as paradas de sucesso
dos anos 60 nas vozes de Pepino di Capri, Bob Solo, Nico Fidenco, Pino Donagio
e Sergio Endrigo entre outros<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>(Tatit,
2002. p. 188).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 105.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">Por outro, há a tradução
italiana do rock anglo-americano que facilita o caminho entre a canção popular brasileira
e o rock. Como não se lembrar de “Banho de Lua”, versão de “Tintarella di luna”
gravada por Celly Campelo em 1960, mesmo ano em que fora lançada na Itália por
Mina. Desde então, as canções italianas, no original ou em versões, começam a
tocar nas rádios brasileiras tão naturalmente que quase não são percebidas como
músicas estrangeiras ou como versões de músicas italianas. Ainda hoje o
brasileiro se surpreende cantando ou assobiando canções italianas que tocam nas
rádios ou nas novelas, como se fossem canções nacionais. Apesar de anos e anos
de dominação cultural norte-americana, a língua italiana, neolatina como o
Português, ainda hoje é mais transparente ao brasileiro comum do que o Inglês,
por exemplo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">A enorme quantidade de
imigrantes italianos que desembarcaram no Brasil não determinou o isolamento de
um grupo, hoje as famílias italianas se encontram integradas à cultura
brasileira. Com os imigrantes italianos aportou no Brasil toda uma cultura que
até então só os mais letrados, sobretudo leitores de Dante, Petrarca e
Boccaccio, tinham algum acesso. Desde então, o elemento italiano na música
brasileira é constitutivo de um todo híbrido chamado de música popular
brasileira. É ilustrativo que a canção “Oh! Minas Gerais” (José Duduca de Morais
e Manoel Araujo), hino extraoficial do Estado de Minas Gerais, foi composta
sobre uma tradicional melodia Napolitana “Vieni sul Mar”. Antes, no entanto, a
mesma melodia já havia sido utilizada por Eduardo das Neves em 1912 em uma
canção que homenageia o couraçado brasileiro batizado como Minas Gerais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">A partir da constatação da
presença de um tempero italiano na formação da canção brasileira e, tendo-se em
vista a ausência de estudos específicos sobre o tema, faz-se necessário medir a
amplitude da presença da canção italiana na canção popular brasileira para se iluminar
um lado ainda pouco trabalhado dentre os estudos acerca da história do
cancioneiro brasileiro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt;">
<br /></div>
<div style="border-bottom: solid silver 1.0pt; border-left: solid silver 1.0pt; border-right: none; border-top: none; mso-border-bottom-alt: solid silver .5pt; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 4.0pt;">
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: solid silver .5pt; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 4.0pt; padding: 0cm; tab-stops: 18.0pt 54.0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT-BR" style="color: windowtext;">2. Objetivos<o:p></o:p></span></b></div>
</div>
<div align="left" class="Corpodetexto31" style="text-align: left;">
<span lang="PT-BR" style="font-size: 11.0pt;">GERAIS:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">. inventariar e catalogar o mais
exaustivamente possível o repertório de canções italianas que foram vertidas
para o português do Brasil, o repertório de canções brasileiras que foram
vertidas para o italiano e o que foram gravadas por interpretes italianos em
português.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">. listar canções brasileiras que
apresentam, seja na letra, na temática ou em sua parte musical, algum elemento
da cultura italiana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">. catalogar em uma lista canções
italianas gravadas por interpretes brasileiros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">. divulgar o cancioneiro italiano
entre os alunos da Faculdade de Letras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">. facilitar o contato com os Estudos
da Canção, epistemologia praticamente ausente nas disciplinas de literatura da
graduação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">ESPECÍFICOS:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">. investigar a construção da canção
popular brasileira a partir do elemento italiano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">. organizar, a partir da perspectiva
da presença, uma história da canção italiana no Brasil.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">. construção de um suporte digital
(blog ou site) como forma de acesso hipertextual ao repertório.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="border-bottom: solid silver 1.0pt; border-left: solid silver 1.0pt; border-right: none; border-top: none; mso-border-bottom-alt: solid silver .5pt; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 4.0pt;">
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: solid silver .5pt; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 4.0pt; padding: 0cm; tab-stops: 18.0pt 54.0pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT-BR" style="color: windowtext;">3. Metodologia e Estratégias de Ação<o:p></o:p></span></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">O projeto
se baseia fundamentalmente na pesquisa de natureza bibliográfica, voltada ao
mapeamento da contribuição da cultura italiana, ao longo da história, na
cultura do Brasil, e discográfica, para se compor um repertório de canções em
trânsito entre a Itália e o Brasil.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Eventualmente, pode-se cogitar lançar métodos diversos como entrevistas
com autores e produtores culturais envolvidos com o tema abordado; levantamento
de projetos públicos ou não, relacionados ao tema.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">O
projeto demandará, como primeira ação da pesquisa, o levantamento e a
catalogação mais exaustivos possível do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">corpus</i>
existente. </span><span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">Para
tal a pesquisa se desenvolverá a partir de três etapas. Primeiramente se fará
uma série de listas: a primeira catalogando as versões para o português do
Brasil de canções italianas, a segunda de canções italianas que foram gravadas
por interpretes brasileiros, poder-se-á incluir nessa lista um acréscimo de
canções de compositores brasileiros compostas em italiano, e por fim uma lista
de canções brasileiras que trazem consigo algum tempero ítalo, seja na letra,
na temática ou em sua parte musical. Como toda ponte não serve só para vir, mas
serve também para voltar, em um segundo momento da pesquisa, se fará uma lista
das canções brasileiras gravadas na Itália. Por fim, as canções listadas serão lidas
e divididas em eixos temáticos. A partir de então poder-se-á recontar, a partir
da perspectiva da presença, uma história da canção italiana no Brasil.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="border-bottom: solid silver 1.0pt; border-left: solid silver 1.0pt; border-right: none; border-top: none; mso-border-bottom-alt: solid silver .5pt; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 4.0pt;">
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: solid silver .5pt; mso-border-left-alt: solid silver .5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 4.0pt; padding: 0cm; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT-BR" style="color: windowtext;">4. Resultados e os impactos esperados<o:p></o:p></span></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">Os resultados da pesquisa
podem-se expressar nos seguintes produtos, cujo objetivo e difundir o
conhecimento produzido e estimular a discussão a fim de aperfeiçoá-lo:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">a) Aprimoramento das atividades de
orientação aos pesquisadores de IC e de Pós-Graduação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">b) Publicação de artigos em
periódicos acadêmicos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">c) Apresentação de painéis e de
comunicações em eventos acadêmicos da área.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">d) Publicação de site ou blog com o
repertório constituído com a pesquisa dividido em eixos temáticos e/ou
cronológicos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 10.0pt;"><o:p> </o:p></span><span style="color: windowtext;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext;"><o:p> </o:p></span><b style="text-indent: -18pt;"><span lang="PT-BR" style="color: windowtext; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: Arial;">5.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
</span></span></b><b style="text-indent: -18pt;"><span lang="PT-BR" style="color: windowtext;">Referências Bibliográficas</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-indent: -53.85pt;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">ANDRADE, Mário de. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Ensaio sobre a música brasileira</b>. 3ª
ed. São Paulo: Vila Rica: Brasília: INL, 1972.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: -53.85pt;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">BHABHA, Homi K. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O local da cultura. </b>Tradução de Myriam
Ávila, Eliana Lourenço de Lima Reis, Glaucia Renate Gonçalves. </span><span lang="EN-US" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">Belo Horizonte: UFMG, 1998,
394 p. Título original: The Location of Culture.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-indent: -53.85pt;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">CASTRO, Ruy. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Chega de saudade: a história e as histórias da bossa nova</b>. São
Paulo: Companhia das Letras, 1990, 459 p.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: -53.85pt;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">CAMPOS, Augusto de. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Balanço da bossa e outras bossas</b>. 5ª
ed. São Paulo: Perspectiva, 1993, 354 p.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-indent: -53.85pt;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">CANCLINI, Nestor Garcia. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Culturas híbridas: estratégias para entrar
e sair da modernidade. </b>Tradução de Heloíza Pezza Cintrão, Ana Regina Lessa;
tradução da introdução Gênese Andrade. 4ª ed. 1. reimp. São Paulo: Editora da
Universidade de São Paulo, 2006, 385 p.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: -6.8pt; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-indent: -53.85pt;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">GUMBRECHT, Hans Ulrich. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Elogio da beleza atlética</b>. Tradução de
Fernanda Ravagnani. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. 182 p.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: -6.8pt; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-indent: -53.85pt;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">GUMBRECHT, Hans Ulrich. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Produção de Presença: o que o sentido não
consegue transmitir</b>. Tradução Ana Isabel Soares. Rio de Janeiro:
Contraponto: Ed. Puc Rio 2010. 206 p.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: -6.8pt; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-indent: -53.85pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: -6.8pt; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-indent: -53.85pt;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">LACERDA, Marcos (org.). <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Música (Ensaios brasileiros contemporâneos)</b>.
Rio de Janeiro: Funarte, 2016. 408 p.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: -6.8pt; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-indent: -53.85pt;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">NAVES, Santuza Cambraia. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Canção popular no Brasil: a canção crítica</b>.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010. 159 p.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: -6.8pt; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-indent: -53.85pt;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">SANDRONI, Carlos. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Feitiço decente: transformações do samba no
Rio de Janeiro (1917-1933)</b>. Rio de Janeiro: Jorge Zahar: UFRJ, 2001, 247 p.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-indent: -53.85pt;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">SANT’ANNA, Affonso Romano. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Música popular e moderna poesia brasileira.</b>
3ª ed. Petrópolis: Vozes, 1986, 268 p.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">TATIT, Luiz. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O século da canção</b>. 2ª ed.Cotia: Ateliê Editorial, 2008, 251p.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: -53.85pt;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">TATIT, Luiz. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O cancionista: composição de canções no
Brasil</b>. 2ª ed. São Paulo: Edusp, 2002, 323p.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: -53.85pt;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">TEIXEIRA, Pedro Bustamante. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Do samba à bossa nova: inventando um país</b>.
Curitiba: Editora Appris, 2015. 177 p.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: -53.85pt;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">TEIXEIRA, Pedro Bustamante. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Transcaetano: Trilogia Cê mais <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Recanto</i></b>. São Paulo: Fonte Editorial,
2017. 208 p.<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: -53.85pt;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">VIANNA, Hermano. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O mistério do samba</b>. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Ed. UFRJ, 1995. 196 p.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: -53.85pt;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">WISNIK, José Miguel. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Getúlio da paixão cearense (Villa-Lobos e o
Estado Novo)</b>. In: SQUEFF, Enio e WISNIK, José Miguel. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Música</i>. São Paulo: 1982, p. 129-191.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: -53.85pt;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">WISNIK, José Miguel. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O som e o sentido: uma outra história das
músicas.</b> 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, 283 p.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: -53.85pt;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">WISNIK, José Miguel. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O coro dos contrários: a música em torno da
semana de 22.</b><i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>São Paulo: Livraria
Duas Cidades, 1977, 188p.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.85pt; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: -53.85pt;">
<span lang="PT-BR" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">WISNIK, José Miguel. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Sem receita: ensaios e canções</b>. São
Paulo: Publifolha, 2004, 533 p.<o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-61224750001180488472018-07-17T11:44:00.001-07:002018-07-17T11:44:08.109-07:00Revista Ipotesi v.20 - Literatura e Música<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
Novo volume da Ipotesi ( revista do Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários), inteiramente dedicado ao tema "Literatura e Música", está no ar!</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Orgulho imenso de publicar neste importante periódico da área de Letras.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<a href="https://ipotesi.ufjf.emnuvens.com.br/ipotesi/issue/view/57" target="_blank">Ipotesi v.20 - Literatura e Música</a></div>
</div>
Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-54141662086085618132017-10-18T19:44:00.001-07:002017-11-20T17:56:39.396-08:00Quinta Autoria<p dir="ltr">Recebi com um misto de entusiasmo e timidez um convite de Nathan Itaboray e Laura Jannuzzi para participar da segunda edição do Quinta Autoria, projeto lindo que estão organizando na cidade para dar espaço e movimentar a cena autoral de Juiz de Fora. </p>
<p dir="ltr">Três cantautores, 40 minutos cada...Aceitei. Mas ainda assim, quis deixá-los muito à vontade, caso mudassem de ideia. Não estava mesmo acreditando. Eu? Eu mesmo? Mas enfim, era isso mesmo.</p>
<p dir="ltr">Não me considero um cantautor. Sou mais um compositor que canta as suas canções do que um cantor que canta as suas composições. Hoje eu canto, de Marcelo Gehara a Caetano Veloso, porque sinto que certas canções em determinados espaços e momentos ainda dependem de mim. As minhas então... Dá até dó.</p>
<p dir="ltr">Quando comecei a frequentar o Encontro de Compositores, depois de um longo período afastado da cena musical, o que mais me impressionava é que me parecia que não era eu quem levava as minhas canções ao Encontro, elas é que me levavam. Cada mês era briga pra ver quem iria comigo. Coisa de louco.</p>
<p dir="ltr">Hoje à noite, a partir das 20 horas, lá na Arteria, serão elas, as minhas filhinhas, que me levarão outra vez. Inclusive já estão prontinhas e ansiosas. E ainda tem Dudu Costa e  Luciana D'Avila. Tô achando que vai dar samba. Vem também!</p>
Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-21162077809317478162017-04-06T14:22:00.001-07:002017-04-06T14:22:35.030-07:00O Brasil e a Globo<p dir="ltr">Desconfio que invertemos as coisas e que estamos querendo apagar o fogo da Globo com gasolina e mídia. Não é destruindo a Globo, ou determinando o que e como ela irá se ocupar do país, que se vai arrumar o Brasil.</p>
<p dir="ltr">Precisamos transformar o Brasil, apesar da atual linha editorial da Globo, da Veja e do poderio de tantos outros agentes do mal. Deixar a televisão para os que gostam. A Veja também. Tem muita gente que patrulha, mas que não larga o osso. Como quem pensa: "você não vale nada mas eu gosto de você".</p>
<p dir="ltr">No fundo, pensam assim:</p>
<p dir="ltr">Mudar a Globo para que eu não precise trocar de canal.</p>
<p dir="ltr">Ou</p>
<p dir="ltr">Destruir a Globo para que eu enfim possa me libertar do vício da TV.</p>
<p dir="ltr">Temos que voltar às bases. Trocar conhecimento, trocar ideia. Ouvir para poder ser ouvido. Claro que é bem mais difícil, demorado, mas não será efêmero. Só mesmo o retorno às bases, pian piano, é o que poderá gerar, oxalá com bases éticas mais sólidas, o contexto para um novo governo de esquerda. </p>
Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-23394501172964937762016-11-13T07:50:00.001-08:002016-11-13T09:19:18.529-08:00Poesia na beira de um precipício<p dir="ltr">Não fui ao lançamento de <i>Ossos do ócio</i>, cheguei atrasado. Mas um dia esse livro chegou até mim. Na altura, embora novo, já tinha lançado um livro de poemas  - <i>Sonhe com os sonhos: ou o ano em que tive 18 anos</i>. Roberta, minha contemporânea que ainda não me conhecia foi ao lançamento e eu acho que comprou um exemplar. Um dia, quando já nos conhecíamos, voltou a falar do meu livro e me perguntou se eu conhecia as poesias de seu irmão André Monteiro. Em outra ocasião, me deu um exemplar de seu primeiro livro de poemas. Li para mim e para os amigos. André tornava-se para nós uma referência literária. À sua maneira, Roberta mantinha viva a poesia do irmão que partira da cidade pra continuar seus estudos. Era ela quem nos contava das suas descobertas e dos seus êxitos pra lá de Minas Gerais. Naquele tempo em Juiz de Fora, os jovens não lançavam livros de poemas. Os livros foram ousadias inaugurais. Desde então, não tinha dúvidas: André Monteiro era para mim o poeta maior da minha cidade para a minha geração. </p>
<p dir="ltr">Fui fazer música e canção no Banco, depois, tratei de estudar língua e literatura na Faculdade de Letras. Na Letras, pouco do espaço criado pelos contemporâneos dos trovadores elétricos do extinto ICHL. Não se distribuíam mais zines como o <i>Urgh!</i>. André e Anderson Pires já nos faziam falta nos idos de 2004. Saudávamos os seus sucessos acadêmicos e literários e tentávamos seguir aquela trilha que conjugava produção acadêmica e literária.</p>
<p dir="ltr">Aos poucos, fui me aproximando do André. Gostei de saber que em André, vida, poesia e produção acadêmica se conjugavam. André é antes de tudo um militante do sonho de uma vida mais plena. Sua irmã repetia um achado seu: “a vida é muita curta para ser pequena”. Atrás do mesmo sonho, superamos as expectativas. Por vezes fomos mais longe do que podíamos. No mar aberto em que ele surfava, ainda tomávamos grandes caixotes. O caminho é de cada um. Encontraríamos o nosso? </p>
<p dir="ltr">Finalmente chega-nos uma antologia, ou melhor, uma genealogia do André Monteiro que desde o esgotado <i>Ossos do ócio</i> de 2001 não lançara mais nenhum livro de poesia. Nos é portanto muito esperado um novo livro do André. Atrasado, posterior a uma série de lançamentos de jovens poetas que se lançaram pela Lei Murilo Mendes, ou pelas novas editoras independentes, o livro vem com tudo. Há até mesmo espaço para relembrarmos <i>Ossos do ócio</i>, seu eterno retorno em nossas vidas, o momento em que “a poesia passa pela vida e descontinua a mesma“. Livro de achados preciosos de um jovem que descobre a poesia. </p>
<p dir="ltr">Em cinco momentos, adentra-se no pensamento de André Monteiro, de fora pra dentro, da superfície pro interior, do adulto pra criança, da resposta pra pergunta. Acima, na superfície, o imediato. Em pan-flertes: escritos de esquina (2010-2013), lê-se o poeta que já entende o que é e o que não é um poema político, o que é e o que não é um pan-flerte, um poeta... Aqui também se descobre o poeta retratista, o pintor dos tipos que se arvoram grandes na nossa pequena província, o leitor crítico de Drummond, de Torquato Neto, de teoria literária e um militante de uma filosofia de vida aprendida entre a vida e a academia. André não é um poeta nascido em Juiz de Fora, mas com certeza é um poeta de Juiz de Fora, pra juiz de fora, pros que vivem aqui. Do alto de seu pensamento, o poeta escreve manifestos, contesta verdades, destrói mitos, flerta com panfletos. </p>
<p dir="ltr">Em cima de uma prancha bem pequena, que não leva mais ninguém, enfrenta a força dos mares proibidos com a desenvoltura de quem já sabe o que quer. </p>
<p dir="ltr">Para além do pan-flerte da primeira parte, em que o poeta surfa com altivez, regressamos ao caderninho das tormentas (2002-2005). Aqui, o poeta ainda não surfa, quase se afoga. Sabe apenas que “ao redor do buraco tudo é beira”. É minha parte preferida, onde se vê “a alegria de quem não sabe e aprende”. A alegria de quem começa a se equilibrar na sua própria prancha. Aqui, o poeta faz prosa poética em ensaios mínimos, que armam e fortalecem o mínimo eu de <i>Ossos do ócio</i> (1990-2000) que vem logo a seguir. Por fim, nos damos conta que o poeta mantém teso o arco da sua promessa impressa no primeiro livro.</p>
<p dir="ltr">O livro então caminha para o seu ponto nevrálgico. Chegamos enfim ao longo poema que dá nome a antologia. <i>Cheguei atrasado no campeonato de suicídio</i> é um manual de sobrevivência na “orquestra escura das sensações”. É o seu projeto de vida, que não furta cores, nem abismos e que não evita os riscos de uma vida em eterno devir: </p>
<p dir="ltr"><i>é preciso criar um modo de desviar o olhar</i></p>
<p dir="ltr"><i>de todos os espelhos tristes</i></p>
<p dir="ltr"><i>que nos fazem farrapos</i></p>
<p dir="ltr"><i>e</i></p>
<p dir="ltr"><i>mais uma vez</i></p>
<p dir="ltr"><i>deixar a rocha rolar</i></p>
<p dir="ltr"><i>(...)</i></p>
<p dir="ltr"><i>Como velhos e valentes leões sem dentes</i></p>
<p dir="ltr"><i>Não desistem de suas garras e reinos de guerra</i></p>
<p dir="ltr"><i>Como crianças criam asas para os abismos</i></p>
<p dir="ltr">O poeta aqui nos ensina que não há porto seguro que nos faça desistir dos devires, das vontades, da alegria. É preciso criar asas para enfrentar abismos, construir pranchas e mesmo pequenino se lançar sem medo ao mar da vida. Sim, a vida e sua potência podem nos afogar, mas não há alternativa senão se deixar viver. “O suicídio é prosa/ atraso é poesia. André segue em frente, caminho para o abismo final, mas se atrasa. O atraso é o seu antídoto contra o veneno do escorpião:  “chegar atrasado é chegar sempre na hora certa/ de dobrar nosso depois”. </p>
<p dir="ltr">Por fim, depois da afirmação de sua vontade de viver: “cheguei atrasado no campeonato de suicídio / mas ainda quero viver”,  uma ode à vida (não a morte) dos que já se foram e à vida dos que aqui estão vivos. Apesar das cicatrizes: “a festa continua/ pelas frestas da casa” em seu eterno devir, amém.</p>
<p dir="ltr">Parabéns a Laura Assis, minha contemporânea na Letras que através da sua própria editora, Aquela editora, concedeu o espaço do livro para a poesia viva de André Monteiro, que sempre irrequieta se espalhava pelos zines, no boca a boca, em intervenções poéticas em shows de música, na internet... Muita produção partilhada que não se reunia em livro algum. O seu primeiro devir, pós (e com) Ossos do ócio, vira agora um livro, e isso é mais que uma alegria. </p>
Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-47448628874951914392016-09-29T21:34:00.001-07:002017-04-03T20:44:07.136-07:00Spotify X Apple Music<p dir="ltr">Logo que chegou, experimentei o Spotify. Primeiramente, em sua versão gratuita e depois na versão premium - naquele meisinho que se oferece de cortesia. Gostei, me inteirei das novidades, mas quis sair antes de ter que pagar a primeira boleta. Voltei pros meus discos, meus livros e nada mais. </p>
<p dir="ltr">Uns dois anos depois me ofertaram três meses gratuitos de Apple Music. Peguei; e gostei muito. A apple sabe do que um ouvinte sério gosta. O Itunes é de longe o melhor programa de armazenamento de música que há. Desde o layout até o modo de se organizar os discos e as cançoes, tudo é belo e funciona. Para quem tem I-Tunes, ter a assinatura do Apple Music é mesmo bem mais prático.</p>
<p dir="ltr">Gostei tanto do Apple Music que deixei chegar a boleta e segui pagando satisfeito. Tinha muito pouco tempo para me utilizar dessa ferramenta, mas era bom, no tempinho que sobrava, poder ouvir o que eu bem quisesse. E olha que eu só utilizava o aplicativo no computador, sempre no limite do alcance da minha caixinha de som com bluetooth.</p>
<p dir="ltr">Quando troquei de celular e instalei enfim o Apple Music em um aparelho móvel, foi uma revelação. Tinha comigo o que desde criança desejava, isto é, um som que tocasse o que eu quisesse, e melhor, onde eu quisesse.</p>
<p dir="ltr">Mas para mim, as canções não bastam, quero os discos, as obras, quero a ficha técnica. A Apple se resolve muito bem com as duas primeiras, o Spotify não. </p>
<p dir="ltr">O lance do Spotify é o da playlist: "músicas para um dia de sol", "músicas do momento"...não dá pra mim não. Nunca gostei muito de ouvir playlist alheia. Ainda mais essas criadas por algoritmos.  Em relaçao ao quesito ficha-técnica, acho que não sobra um elogio sequer para nenhum dos dois aplicativos.</p>
<p dir="ltr">Outro dia, meu pai, influenciado pelo meu irmão, fez uma assinatura do spotify para a família e deu de presente para mim e todos os meu irmãos. Para economizar, cancelei a minha conta da Apple Music e voltei para o Spotify.  E aqui ainda estou.</p>
<p dir="ltr">Mas tenho que admitir que sinto falta do <u>A</u>pple music e estou pensando em reativar minha conta. Quero ouvir mais playlist não. </p>
Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-34456011893395229372016-09-19T18:03:00.001-07:002017-04-02T19:46:02.230-07:00Marina Lima<p dir="ltr">"...Eu sei, criança, eu sei...", "...meu bem, eu tô quase lá...". </p>
<p dir="ltr">Marina era das coisas mais interessantes que se ouvia nas rádios comercias do Brasil nos anos oitenta. Nova MPB avant la lettre, Marina Lima é matriz de muita coisa que está aí.</p>
<p dir="ltr">É mãe de muitas dessas vozes, de muitos desses sons: "mãe, tô grávida", já dizia, "grávida de um beija-flor". Hoje há dezenas, talvez centenas de beija-flores gerados também por ti, Marina. Tu que nos fundaste no que  somos: ex-pós-modernos nostálgicos de uma modernidade perdida.</p>
<p dir="ltr">Caetano, mais uma vez,  também soube ver-ouvir Marina. E quis explicitar, como sempre. Sublinhando seu lado compositora e a parceria com o seu irmão filósofo Antonio Cicero. Hoje quem lembra é o DJ Zé Pedro que a homenageia no selo Joia Moderna, em um disco de regravações de canções lado b cantadas pelas cantoras da Nova MPB. </p>
<p dir="ltr">Também é preciso voltar aos discos da Marina. Surpreende encontrar canções tão inteligentes, poéticas, femininas, naquele clima de rádio pop dos anos oitenta. Veneno e poesia. <br>
Fica a dica.</p>
Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-62257201944480084512016-07-17T08:38:00.000-07:002016-07-17T08:38:25.610-07:00Transcaetano - Trilogia Cê mais Recanto<div style="text-align: justify;">
É com imensa alegria que compartilho aqui no blog a minha tese de doutorado, <i>Transcaetano - Trilogia Cê mais Recanto</i>, apresentada no Programa de Pós-Graduação em Letras- Estudos Literários, na Universidade Federal de Juiz de Fora.</div>
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Leiam aqui:</div>
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<br /></div>
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<a href="https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1435/1/pedrobustamanteteixeira.pdf" target="_blank">https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/1435/1/pedrobustamanteteixeira.pdf</a></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E comentem, por favor.</div>
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Agradecido,</div>
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<br /></div>
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Pedro Bustamante Teixeira.</div>
<br />Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-78052379042629975652016-02-17T10:58:00.001-08:002017-04-02T20:09:16.989-07:00A NOVA MPB É FODA<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"> "A primavera é quando ninguém mais espera e desespera tudo</span><span style="font-size: x-small;"> em flor".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"> (José Miguel Wisnik)</span></div>
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<br></div>
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<br></div>
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Outro dia caí em tentação: disse sim aos insistentes pedidos e, comovido pela oferta que incluía três meses de gratuidade, vim parar na Apple Music. E aqui estou, outra vez. Acho que começo a mensurar a força da expressão: "maravilhoso mundo das maçãs".</div>
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Só que não. Pensando bem, a causa de todo esse maravilhamento propiciado não é o suporte, é o arquivo.</div>
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<br></div>
<div style="text-align: justify;">
Tudo mudou porque parei para ouvir a produção dessa tal de Nova MPB. E continua bom aqui. Enfim, não sei como eu pude ignorar por tanto tempo, tantos discos excelentes, tantos músicos incríveis, tantas cantautoras. É Céu, é Tiê, é Tulipa Ruiz...Karina Buhr, Nina Becker. É Lucas Santtana, Moreno Veloso, Romulo Fróes, Barbara Eugênia, Ana Cañas, quem mais? Marcelo Camelo, Mallu Magallhães, Clarice Falcão, Kassin mais um monte de artista brilhando por dentro. É sério, a produção dessa geração é de arrebatar. Já tem o que dizer. É tardia, mas madura e sabe o que quer. Sem peias. Flerta com o rock, com o eletrônica e, como se diz, ama MPB. </div>
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<div style="text-align: justify;">É, não dá mais para evitar o termo Nova MPB. A MPB, tal qual a conhecíamos, já era, está datada. Desculpe. Quando a forma vira fôrma é tempo de inventar outra coisa. Outro modo, outro jeito, outros sons. Poucas palavras, só pra começar. E o caldo vai engrossando, e eu aqui no meio dele ouvindo em streaming os discos dessa moçada. </div>
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Enfim, alguma coisa acontecia com a canção no Brasil lá no início do terceiro milênio, justamente enquanto discutíamos o fim da canção e endossávamos o funk, a cultura hip-hop e a música eletrônica como os gêneros da contemporaneidade. Alguma coisa aconteceu e aqui está pedindo para ser lida. Começamos a ler aos poucos. Eu já comecei. E não volto mais atrás. </div>
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A Nova MPB é foda! </div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">P.S: Alguém precisava falar.</div>
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</div>
<br>Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-19168111254044064182015-12-06T14:55:00.000-08:002019-12-28T17:43:21.340-08:00A Cor do Som no Cultural<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Por conta do predomínio absoluto de shows tributos no Cultural, não sou mais, apesar de gostar muito da casa, um seu frequentador assíduo. Atualmente, e isso é uma questão política, só subo se houver som autoral.<br />
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O Cultural faz parte da minha vida e sou eternamente grato pelos grandes shows que tive a oportunidade de assistir lá. Ontem, dia 05 de dezembro, fiquei devendo mais um agradecimento à casa por poder propiciar a um público tão carente de cultura um show histórico. Ouvir A Cor do Som com a sua formação original, ou seja, ouvir Mu, Dadi, Ary, Armandinho e Gustavo se apresentando, juntos e emocionados com a receptividade de um público de fãs, que apesar do longo recesso da banda ainda preserva consigo toda a cor daquele som, não tem preço. É coisa pra se guardar pra sempre.<br />
<br />
Que banda, que músicos maravilhosos. Que som! Um som que não existe mais. É rock, é choro é Bahia. É canção e é instrumental. No entanto, é a parte instrumental a que pega fogo, a parte cantada é confraternização. E a plateia já sabia cada nota, cada palavra. E a banda lá de cima, afiada como se jamais tivesse deixado de estar junta, impressionava a todos, mesmo aqueles que subiram pensando ser mais um dia de tributo no Cultural. Mas não era, e era evidente. Alguma coisa acontecia ali. Não era a tentativa de se reviver algo que já tinha acontecido. Alguma coisa grande acontecia ali. Era uma noite histórica, e estava escancarada a emoção da banda.<br />
<br />
Estavam todos prontos para mais uma vez dar o melhor de si. Muita guitarra baiana, muito moog, muitas canções, muitas vozes. Uma cozinha brasileira, Ary na percussa, Gustavo na bateria e o reforço esplêndido do eterno Menino-Deus Dadi.<br />
<br />
Voltei com a impressão de que esse show seria apoteótico, como fora aqui, em qualquer palco do mundo. Armandinho é um Hendrix baiano, Mu é um Wakeman carioca que canta, Ary é ritmo, vigor e simpatia, Gustavo um bateirista do rock e da síncope e o Dadi é mesmo demais. É luxo só.<br />
<br />
Como se não bastasse. Ainda tivemos a honra de contar com participação especial luxuosa do nosso Joãozinho da Percussão, ele que tocara com a A Cor do Som bem no início da banda, subiu no palco ovacionado pela banda e pela plateia e ficou até o fim do show arrebentando nas congas!<br />
<br />
A casa não estava cheia como de costume, talvez por não ser dia de tributo, mas estava repleta de amor, de ritmo, de som, de canções e de sorrisos. Casa cheia pra mim é isso. <br />
<br />
Viva o Brasil! </div>
Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-70262422556319836172015-11-06T15:37:00.001-08:002015-11-07T05:35:10.574-08:00Delírio no Cine-Theatro CentralJá estava mesmo com muita saudade do principal teatro da minha cidade, todavia, continuava a bater o pé: enquanto não anunciassem um espetáculo que estivesse à altura do Central, não voltaria.Vinham padres cantores, artistas de pouca expressão, comediantes, mas não vinha nenhum dos espetáculos que se comentavam com mais ênfase no eixo Rio-São Paulo. Resultado: passei o ano inteiro batendo o pé. Para assistir a algum show tinha mesmo que viajar. <br />
<br />
No entanto, toda vez que eu ia ver algum show fora, lembrava dos bons tempos do Central. Quando o teatro estava na agenda dos principais artistas do país. Não esqueço do show de João Gilberto, na reinauguração do Teatro, do Gil trazendo <i>Quanta</i>, Caetano com <i>Prenda Minha</i>, Chico Buarque com a pré-estreia de <i>As Cidades</i>, Cássia Eller com seu show <i>Acústico MTV</i>, enfim, um tanto de shows inesquecíveis que assistimos depois de passear pelo Calçadão da Halfeld e, o que é melhor, sem precisar pegar a BR.<br />
<br />
Acho que se não fosse por ontem, quando tive o privilégio de assistir à pré-estreia do show de lançamento do disco <i>Delírio</i> de Roberta Sá, continuaria esse texto apenas lamentando o ocaso do Cine-Theatro Central. Mas, felizmente, aconteceu o que parecia impossível. E como diz Chacal: "só o impossível acontece".<br />
<br />
Em suma, fomos presenteados com a pré-estreia de um dos shows mais esperados no Brasil. Assistimos ao início de uma turnê que percorrerá o Brasil e o exterior. Testemunhamos o nascimento de um espetáculo que é capaz de mostrar ao mundo do que somos capazes em matéria de música, de samba, de canto e de canção. Roberta Sá firma-se no cenário como uma das maiores interpretes em atividade no Brasil. E só uma interprete é capaz de fazer uma canção tornar-se um acontecimento. Assim, podemos dizer que ontem, aqui em Juiz de Fora, aconteceram várias canções.<br />
<br />
Aconteceu "Me erra", samba de Adriana Calcanhotto, aconteceu "Um só lugar", canção de César Mendes e Tom Veloso, aconteceu "Se for pra mentir", samba de César Mendes e Arnaldo Antunes, aconteceu "Amanhã é sabado" samba inédito de Martinho da Vila, aconteceu Delírio, samba-reggae de Rafael Rocha . Todas essas aconteceram, talvez pela primeira vez aqui, ou, pela primeira vez nesse show, diante dos nossos corpos, dos nossos olhos, dos nossos ouvidos extasiados diante de uma interprete em ascensão candente e de uma banda de encher os olhos. Nada mais, nada menos do que Marcos Suzano e Paulino Dias (percussão), Alberto Continentino (baixo), Luis Barcelos, (bandolim e cavaquinho), e de Rodrigo Campelo (violão, guitarras e produção musical).<br />
<br />
Mais uma vez sob a direção primorosa de Rodrigo Campelo, Roberta Sá nos mostra uma trilha vigorosa para o samba, para a música brasileira, para a canção, para além dos tradicionalismos e dos ditames do mercado. Mostra-nos que seu palco continua um braseiro. E que o Brasil e o mundo não perdem por esperar.<br />
<br />
Sem mais, voltei cantarolando: "de virada eu desço o queixo e rio amarelo"! <br />
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<br />Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-89005004305968423462015-11-05T06:29:00.000-08:002015-11-05T06:29:22.604-08:00100 anos de música: Caetano e GilJá está no ar a edição especial da revista IHU-online sobre os cinquenta
anos de carreira de Caetano e Gil. Está supimpa! Participam dessa
edição: Celso Favaretto, <a class="profileLink" data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100006820475623" href="https://www.facebook.com/alexandre.textoterritorio">Alexandre Faria</a>, <a class="profileLink" data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100001132894450" href="https://www.facebook.com/miguel.jost.3">Miguel Jost</a>, <a class="profileLink" data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=674598181" href="https://www.facebook.com/fred.coelho">Fred Coelho</a>, Christopher Dunn e este que vos escreve todo orgulhoso.<br />
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<img src="http://www.ihuonline.unisinos.br/images/stories/edicoes/476/capa.jpg" /><br />
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Leia a revista em: <a href="http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?secao=476" target="_blank"> http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?secao=476</a>Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-28521288035988528652015-11-02T05:14:00.001-08:002016-01-15T12:40:17.160-08:00Cinquentenário artístico de Caetano e GilSegue abaixo o link com a entrevista que concedi à revista IHU-online sobre os cinquenta anos de carreira de Caetano Veloso e Gilberto Gil.<br />
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<a href="http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/548439-ousadia-e-sensibilidade-de-uma-vida-inteira-entrevista-especial-com-pedro-bustamante-teixeira">http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/548439-ousadia-e-sensibilidade-de-uma-vida-inteira-entrevista-especial-com-pedro-bustamante-teixeira</a></div>
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<a href="http://www.ihu.unisinos.br/">http://www.ihu.unisinos.br/</a></div>
Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-89576531501065736182015-02-13T15:11:00.000-08:002018-05-29T17:30:09.186-07:00Não pare pra pensar - Pato Fu Outro dia nas Lojas Americanas vi uma promoção do novo disco do Pato Fu. Sim, eu ainda acompanho a banda mineira. E com o mesmo entusiasmo de sempre. Pois bem, diante do disco, não parei pra pensar e levei. Reservei uma hora do dia seguinte para ouvi-lo e digo: curtição total.<br />
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Depois, encontrei uma crítica no site <a href="http://miojoindie.com.br/?s=n%C3%A3o+pare+pra+pensar" target="_blank">MIOJO INDIE</a>, e empolgado resolvi deixar um comentário, para reforçar essa minha estima pela banda mineira. </div>
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Escrevi que quem gosta de rock e gosta de canções, não pode nunca deixar de ouvir um disco novo do Pato Fu, pois, John Ulhoa, guitarrista e produtor da banda, é um dos maiores compositores de pop-rock do país. </div>
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A equação Oswaldiana: "amor = humor" é o que norteia essa banda mineira, desde os já longínquos anos 90. Talvez seja esse o traço que mais lhes fazem parecer com os Mutantes da formação clássica: Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. </div>
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Escrevi ainda que, desde que a banda decidiu dar prioridade a voz suave de Fernanda Takai, o Pato Fu é essa banda fofa que o grande público reconhece. No entanto, quem ainda ouve os discos, continua escutando, também, um outro lado do Pato Fu. </div>
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Como nos antigos desenhos animados, o Pato Fu está entre a anjinha e o diabinho. Embora ouça bem mais a anjinha, ouve também o diabinho pois, além de cantar algumas músicas - e a interpretação de John para "Ninguém Mexe com o Diabo, como a que fez para "Deus", é sensacional - é ele quem escreve grande parte das canções para a anjinha cantar. Irreverência, acidez, e delicadeza se misturam muito bem nessa banda. </div>
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E tem mais, na vida real, o diabinho ainda é casado com a anjinha.</div>
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Parece que John pode compor assim por muito tempo e que a banda ainda vibra de alegria a cada novo achado de seu compositor. Em cada versão que fazem, em cada show. E é por isso que eu faço essa canção para que essa banda linda viva mais, muito mais. </div>
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Vida longa ao Pato Fu.</div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEip5WCelXzLlULLdQ2ytRQcYw5ZrZIyRamVQo9KcYYwGUb0lqlkDOaUpIbmJahnYvos4jA_Hgy9hjs-O44b4g6Za8W9dEmksqC5x3sDYMfqk4jYDkBwroXNoF5WriHQLT2FhphD9oe3bIE/s1600/N%C3%A3o-Pare-Para-Pensar-950x855.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="288" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEip5WCelXzLlULLdQ2ytRQcYw5ZrZIyRamVQo9KcYYwGUb0lqlkDOaUpIbmJahnYvos4jA_Hgy9hjs-O44b4g6Za8W9dEmksqC5x3sDYMfqk4jYDkBwroXNoF5WriHQLT2FhphD9oe3bIE/s1600/N%C3%A3o-Pare-Para-Pensar-950x855.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #555555; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">
<br /></div>
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Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-53080210406900633152014-12-31T07:01:00.000-08:002014-12-31T07:29:53.561-08:00MInhas músicas no MyspaceSegue o link:<br />
<br />
<a href="https://myspace.com/pedrobustamanteteixeira" target="_blank">https://myspace.com/pedrobustamanteteixeira</a><br />
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Adeus ano velho! Feliz ano novo!Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-54116381273425849922014-12-06T14:22:00.001-08:002014-12-06T14:37:28.096-08:00Especial das Seis - Caetano e BandaCê - Abraçaço <br />
<br />
<a href="http://www.irdeb.ba.gov.br/educadora/catalogo/media/view/6585" target="_blank">Programa 3 - Apresentação de Ricardo Dias Gomes</a>Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-67170739405452319602014-11-23T12:08:00.001-08:002014-11-23T12:50:17.286-08:00MAGLORESempre indico! Lindas canções! Minha banda nova preferida.<br />
<br />
Pra baixar o disco é só acessar o site da banda. #freedownload <br />
<br />
<a href="http://www.maglore.com.br/" target="_blank">http://www.maglore.com.br/</a><br />
<br />Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-24016572619205457562014-11-18T16:19:00.003-08:002014-12-06T14:25:44.146-08:00Especial das seis - Caetano e BandaCê - Zii e Zie<a href="http://www.irdeb.ba.gov.br/educadora/catalogo/media/view/6554" target="_blank">Programa número 2 - Zii e Zie - Apresentação Marcelo Callado</a>Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6759096882317816290.post-14341225671077523462014-11-18T15:28:00.003-08:002014-11-19T06:13:55.926-08:00Especial das seis : Disco Cê<a href="http://www.irdeb.ba.gov.br/educadora/catalogo/media/view/6456#1" target="_blank">Programa número 1 - Cê - Apresentação: Pedro Sá</a>Pedro Teixeirahttp://www.blogger.com/profile/11482337594674583881noreply@blogger.com0