sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Reviravolta: Grêmio Recreativo


Um bom amigo disse-me um dia: "ninguém com mais de 20 anos assisti à MTV". Sim, mas o que é que eu posso fazer diante dessa reviravolta que ocorre nessa emissora. Não concordando mais com esse meu amigo, fui agraciado ontem a noite com mais um Grêmio Recreativo MTV. Coordenado pelo cantor, poeta e compositor: Arnaldo Antunes. A idéia desse programa é reunir a cada programa um grupo de artistas brasileiros de diferentes gerações que, em pouco tempo, tem a missão de preparar um show. No programa assistimos um pouco dos ensaios e um pouco do show. 

Ontem, Caetano, Banda Cê e Nina Becker estavam entre os convidados.  Cantaram juntos Muito, e arrasaram. Visivelmente emocionada, Nina conduziu a canção de Caetano com uma intensidade estarrecedora, na última estrofe Caetano que a acompanhava bem de perto juntou-se a ela em um momento de catarse. 

Imaginem só, o programa começou com Augusto de Campos recitando Cidade/ City/ Cité. Numa cena dos bastidores reuniam-se Arnaldo Antunes, Caetano Veloso e Augusto de Campos. Três gerações de poetas representadas. A MTV está sendo palco de alguma coisa, no mínimo, fantástica para a cultura brasileira. Vamos acompanhando...

O programa contudo não foi inteiramente excepcional. Outros convidados como Péricles Cavalcante, Jonas Sá e o filho cantor de Péricles deixaram muito a desejar. Pareciam estar ali mais como acompanhantes do que propriamente como convidados. E assim, quando lhes coube assumir algum papel de relevância nesse programa, levaram com certeza a audiência embora. Antunes cantando Coração Vagabundo com Veloso também não foi um bom momento. A voz gutural de Arnaldo não parecia mesmo vagabunda como a de Caetano. A versão saiu entediante. Mesmo assim não troquei de canal. Estava ali examinando essa reviravolta da qual tenho me ocupado. Seu futuro de glórias e fracassos. Os ingredientes que se combinam e aqueles que como a água e o óleo não se misturam. Tudo me interessa.

Por fim, Muito fez um programa valer por dez. A canção de Nina e Callado depois da leitura inaugural de Augusto de Campos também é uma graça. Dentre esses novos, fico com a Nina e com a banda Cê, sempre excelente. O filho músico de Augusto também foi muito bem. Bom violonista não apareceu demais, nem deixou de ser notado e, com certeza, foi um ótimo interlocutor para o seu pai.

É emetevê, e eu que não acreditava que tomarias jeito. Vamos acompanhando. Viva a música no Brasil!


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