Segundo o caderno de ciência do jornal O Globo, publicado hoje, cientistas do Instituto de Física da Universidade Federal de São Carlos aliados a pesquisadores da USP teriam criado um programa de computador que conseguiria definir através de critérios mais objetivos os gêneros musicais. Defendendo novas classificações, mistas e mais precisas, os cientistas tentam acabar com as controvérsias no que diz respeito à definição dos gêneros musicais.
O grupo analisou 400 músicas, geralmente classificadas como Blues, Rock, Reggae e Bossa Nova, no seu formato mid, o que os possibilitava medir visualmente a percussão usada nas gravações.
Segundo o programa, Satisfaction dos Rolling Stones, por exemplo, é rock mas tem pitadas de blues, reggae e bossa nova. Já, O bêbado e o equilibrista de João Bosco e Aldir Blanc é 100 % Bossa Nova.
-Bossa Nova?
Que recomecem as programações. Que se investigue a premissa simplista que divide as canções nessas quatro variedades estanques e as analisa através do ritmo de sua percussões. Aconselho que o grupo consulte seus colegas da USP, Tatit e Wisnik, ou qualquer outro estudioso da canção, para repensar seus pontos de partida e assim não prejudicar tanto as conclusões da máquina, que são tão subjetivas quanto qualquer outra. Samba não é Bossa Nova e também não é MPB. Primeiro é preciso perguntar o que é a bossa nova? É um gênero musical? Um movimento? Acabou?
Diante da subjetividade do homem, tendemos no século XXI a confiar na infalibilidade da máquina e esquecer nas limitações de seus programadores.
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