Orquestra Voadora em JF

Dentro da programação cultural que adianta os festejos dos 160 anos de Juiz de Fora, o show da Orquestra Voadora foi a grande pedida na programação deste sábado.

A banda carioca com mais de uma dezena de integrantes, distribuídos entre os metais e a percurssão acalentou o público com um vibrante show instrumental. Sim, pode-se fazer música instrumental vibrante, e essa banda de fanfarra estava lá pra comprovar isso. Muitas canções famosas e grandes grooves estremeceram a praça, agradando todos os tipos de público, que se irmanaram na batida forte dos tambores da Orquestra e nos ótimos arranjos para os metais que abriam o tecido das canções revelando todas as suas camadas.

E a orquestra passou sem precisar de cantar as palavras das canções, suficientemente famosas, estavam implícitas na apresentação e se revelavam em gritos eufóricos de jovens surpresos com a sonzera. Muito ritmo e pegada: rock, samba, funk, frevo e maracatu, numa farofa carioca afiada. Grande pedida. Pena que a programação do Corredor Cultural tinha que contemplar todas as demais atrações, diga-se de passagem, bem mais burocraticas, que esperavam para se apresentar.

Com insistentes pedidos de bis, a orquestra tocou mais uma no palco, despediu-se e recolheu seus intrumentos. Ainda assim a platéia não parou de pedir mais uma. Um dos integrantes veio até o palco e disse:

- "Vocês querem mais? Então coloquem seus oculos 3D". E não voltou mais.

Todos pensamos juntos: "que carioca marrento". Ao mesmo tempo, a brincadeira era boa, já que no atual momento o que mais parece importar à indústria cinematográfica é se o filme é ou não é 3D. Esquecemos sempre que o olho humano é capaz de ver várias dimensões. E a metáfora não parava aqui: a orquestra que tocava enquadrada no palco, como num filme 3D, avançou para além do palco e confraternizou com o público num mesmo plano. A festa se extendeu no chão da praça.

P.S: Hoje não tem link, a Orquestra Voadora só funciona ao vivo.