sexta-feira, 17 de abril de 2020

40 anos de Acabou Chorare no Cultural Bar

Juiz de Fora foi brindada com um grande show! Comemorando os 40 anos do antológico disco de 1972 Acabou Chorare, Moraes Moreira, Davi Moraes e banda subiram ao palco do Cultural Bar e mostraram aos juiz-foranos o que é um showzaço. 

Há tempos não se via em Juiz de Fora algo parecido. Infelizmente, ainda tem artista que quando vem a Juiz de Fora pega leve e traz a cidade um aperitivo, não o show que dão em São Paulo ou no Rio. Recentemente, a revelação Tulipa Ruiz ficou devendo. Lembro-me também de ter visto o Mundo Livre fazer aqui um show bem inferior ao que eu assistira no Rio duas semanas antes. 
 
Ontem não foi assim. Juiz de Fora teve tudo que tem direito. A princesinha de Minas que sofre com a mesmice das bandas locais e o predomínio das bandas couvers, pode enfim dançar e cantar extasiada com um show verdadeiramente histórico. Não é pra menos...
 
Em noite inspirada Davi Moraes mostrou ser o grande herdeiro da musicalidade dos Novos Baianos. Tocando como um Deus, Davi, sob o olhares do pai coruja, virou mito no Cultural. Quem além de Davi tem moral pra subir num palco brasileiro com uma camisa da seleção argentina e ir conquistando um por um todos os presentes? Bastou seu sorriso largo e uma guitarra envenenada. Moraes, como toda a banda, também estava ótimo. Sorridente, cantou, recitou e embalou uma plateia eufórica.
 
Lá pelas tantas, depois da instrumental Um bilhete pra Didi, em que Davi, mais uma vez, arrasou, Moraes voltou ao palco e não se conteve: - "queria ter um filho assim!. Um iluminado da plateia gritou logo em seguida: "eu é que queria ter um pai assim". Davi, por sua vez, sorriu, olhou pro pai e disse: " foda mesmo é ter um pai assim". Momento mais lindo de um show inteiramente excelente.
 
Depois de tocarem integralmente todas as canções de Acabou Chorare, ainda fomos brindados com uma versão instrumental do clássico Maracatu Atômico de Mautner e Jacobina que voltou a baila com Chico Science e a Nação Zumbi . O percussionista Repolho empunhando uma alfaia e o grande baterista Cesinha fizeram o chão tremer. Davi, sempre ele, desceu do palco e no meio do público enlouquecido solou a melodia dessa grande canção.
 
Depois, com o público enfeitiçado, ainda vieram os frevos pós-novos baianos de Moraes Moreira que carnavalizaram e fizeram dançar até mesmo os mais rockeiros.
 
E assim foi feito. Pode sorrir Juiz de Fora: acabou chorare!



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