domingo, 17 de fevereiro de 2013

Geração Vinil é Arte

Faço parte da geração Vinil é Arte. Geração do som. Da geração de sons. De epopeias municipais. Não, aqui não tem Mainstream. É o lado b. É mais o vinil e os nossos desvios para não se render ao óbvio, à Rede Globo, à nova ordem mundial, ao vazio, ao nada. 

Tantos planos ambiciosos articulados por artistas amadores de Juiz de Fora nas noites do Muzik, do Zig, do Academia Café, do antigo Cultural, das festas universitárias. Nós, meros incendiários de quintas-feiras. Fomos Miguelitos, Fungos Funk, Findo Fake. Fomos Duplo Deck, O Banco. Tornamo-nos todos Vinil é Arte. 

Pedro ( DJ Baurets), Tuta ( ex-vocalista do Miguelitos) , Brunão ( DJ do Fungos Funk) e DJ Snoop, boa praça que cultivava um imenso Black Power, formaram um grupo de jovens colecionadores de elepês que resolveram unir as forças para tocar vinil na noite de JF.  

Na contracorrente dos djs da eletrônica, o trabalho do quarteto fantástico consistia na pesquisa de elepês brasileiros e internacionais que estavam esquecidos desde a virada de formato para o CD, mas que se mostravam absolutamente contemporâneos aos nossos ouvidos. Surpresa atrás de surpresa, raridade atrás de raridade, o Vinil é Arte formou uma bela geração de músicos e melômanos em Juiz de Fora. Uma rapaziada  aberta, pesquisadora: geração de pensadores do som.

A ideia arrebatou as pistas da cidade e adjacências, rompeu os limites mineiros, e  continua, agora como coletivo, em núcleos dispersos atuando em Juiz de Fora, no Rio e em Sampa (alô, BH!).

No ano passado ganharam a capa do Segundo Caderno do Globo - acho que era uma quinta-feira. Tocam nas festas mais requisitadas, nos shows mais interessantes. Nada de Mainstream. Em março abrirão a noite para Caetano Veloso e a banda Cê no Circo Voador. "Que honra meu pai" -diz Tuta no  Facebook. Pode ter certeza, eles estão chegando. Vem lado B aí.


Sucesso mais que merecido. Vida longa ao Vinil é Arte.

http://vinilearte.com/

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